domingo, 13 de setembro de 2009

Programa Pindorama PUC-SP - Evento Retomada Indigena II da Aldeia a Cidade de 21/09 a 09/10/2009

Programa Pindorama PUC-SP - Evento Retomada Indigena II da Aldeia a Cidade de 21/09 a 09/10/2009

Programa Pindorama PUC-SP - Evento Retomada Indigena II da Aldeia a Cidade de 21/09 a 09/10/2009

PROGRAMA PINDORAMA – PUC-SP

RETOMADA INDÍGENA II DA ALDEIA À CIDADE

21/9 - 2a. feira:
- 18,30h - Museu da Cultura
Abertura da semana com Emerson Souza e Profa. Dorothea Passetti
Dança do grupo Wassu Cocal.
- Abertura da Exposição com fotos "Indígenas na cidade” e com artesanato de cestaria/trançados das etnias que vivem em SP.
19 h. Projeção do curta Para todo mundo ficar sabendo (povo Xavante da Aldeia Abelhinha). Após o filme, haverá debate com a Profa. Carmen Junqueira.
- 22 3a f.
19 h. Auditório da Biblioteca
Projeção do longa-metragem: Encantadora de baleias - com comentário Edson Kayapó)

- 23/9, 4a. f.
19 h. Auditório da Biblioteca
Projeção do longa-metragem: Terra Vermelha
(com comentário de Emerson e Jaciara, Guarani)

24/9 - 5a. f.
19h. Museu da Cultura
Mesa redonda com o tema: Os indígenas na cidade
- Projeção do curta Raiz Pankararu (Edcarlos/Kineforum)
- Maria das Dores Pereira do Prado, Pankararu, comentando a pesquisa da iniciação científica sobre a comunidade Pankararu em São Paulo.
- Profa. Lúcia Rangel, da coordenação do Programa Pindorama
- Timóteo Verá Popyguá: "Uma aldeia na cidade - Debate

25/9 6a. f.
19h Museu da Cultura
Projeção do curta Pankararé, povo do sertão (TV Cultura), comentado pelo prof. Rinaldo e por Renato Pankararé, filho do cacique Angelo, assassinado em 1979.
Encerramento com a participação de várias etnias, com canto, dança e fala.

Durante a semana haverá venda de artesanato no térreo do prédio novo.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Fim do impasse entre Funasa e Lideranças Indigenas em Sao Paulo



Fim do impasse entre Funasa e Lideranças Indigenas em Sao Paulo
Por: Emerson O. Souza (guarani) – Membro do Programa Pindorama em São Paulo e Graduando em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP - 08/05/2009.
Dia 08/05/2009 por volta das 13:00, terminou o impasse entre lideranças e Funasa. A defensoria Publica do estado, após ter interferido na questão entrou em contato com o Presidente da Funasa em Brasilia, Danilo Forte que enviou uma carta de compromisso para as lideranças indígenas de São Paulo, marcando data e horário, 20/05/2009 para receber cinco lideranças Indígenas e cinco funcionários da Funasa em Brasília. Ainda houve o apoio de Simão Pedro Deputado Estadual em São Paulo pelo PT que manteve contato com o Presidente da Funasa , contribuindo nas negociações entre os índios e a Funasa. Estavam presentes nestas negociações 37 lideranças Indígenas do litoral, Vale do Ribeira, Centro Oeste Paulista e da capital de São Paulo, em um total de 63 indígenas que acompanhavam o grupo num total de 100 pessoas que se dispersaram para suas aldeias de origem aguardando a data para a reunião em Brasília.


outros links:
http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2009/05/446414.shtml
http://projeto-pindorama.blogspot.com/2009_05_01_archive.html
http://emersonguarani.blogspot.com/
http://aulavirtualedemocracia.blogspot.com/2009/05/funasa-e-saude-indigena.html
http://tvindigena.blogspot.com/
http://www.youtube.com/user/TvIndigena
http://www.projetopindorama.com.br/
Contatos: Emerson: emersonindigenista@yahoo.com.br

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Funasa e a Saúde Indígena: A Política do Descaso com as comunidades Indígenas no Brasil.

Funasa e a Saúde Indígena: A Política do Descaso com as comunidades Indígenas no Brasil.

Por: Emerson O. Souza (guarani) – Membro do Programa Pindorama em São Paulo e Graduando em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP - 07/05/2009.

Lideranças reivindicam a saída do Coordenador Regional da Funasa, Raze Rezek, em São Paulo

NOTA DE ESCLARECIMENTO:

A política neoliberal reina no Brasil. A Fundação Nacional da Saúde (Funasa)[1] também faz parte da barganha política usual, transformada em mais um lote de distribuição de cargos. A Funasa hoje está a cargo do PMDB, com Raze Rezek[2] (Coordenador do Órgão), irmão do Deputado Estadual de São Paulo Uebe Rezek e apadrinhado político de Michel Temer[3], que ocupa o cargo da instituição em São Paulo.

Sempre que reivindicações indígenas aparecem os “padrinhos” de cima (de Brasília) movimentam-se em manobras políticas para desestabilizar as lideranças indígenas de São Paulo. Em Novembro de 2008, diversas lideranças se reuniram na Sede da Funasa em São Paulo, e o então Coordenador Raze Rezek entregou o seu cargo. O movimento dispersou-se, e em uma manobra política, novamente retornou à pasta como se não houvesse ocorrido absolutamente nada. Segundo informação de uma liderança indígena, o Cacique Ubiratan[4] (Tupi), da Aldeia do Bananal em Peruíbe (litoral de São Paulo), “foi apenas uma articulação do Presidente da Funasa, Danilo Forte[5], para desestabilizar a organização indígena”.

E mais uma vez, a “ética na Política”, um fato tão raro, voltava à cena. Na manhã do dia 05/05/2009, 37 lideranças Indígenas do litoral, Vale do Ribeira, Centro Oeste Paulista e da capital de São Paulo reuniram-se na sede da Funasa, na capital Paulista, a fim de discutir o futuro das comunidades.

No dia 06/06/2009, de forma amadora, o então coordenador saiu para almoçar e não voltou mais para as reuniões. Entregou o cargo novamente, atendendo de imediato às reivindicações indígenas. Um fato que não aconteceu realmente, e que dificilmente poderia ter acontecido, já que seus “padrinhos” políticos iniciavam uma nova articulação em Brasília para novamente desarticular as lideranças indígenas de São Paulo. Michel Temer, o líder desta pasta, reina; e seus discípulos atendem a seus pedidos. O fato é que a Funasa movimenta bilhões de reais em todo Brasil e trata-se de um cabide de emprego para seus afilhados e aliados de coligações realizadas em eleições por todo o Brasil.

Não é difícil perceber isto, em discurso ainda no dia 06/05/2009, em Brasília, do então Presidente da Funasa, Danilo Forte: “Trata-se de uma questão Política”. Aliás, não é apenas a ética que está em jogo, está em jogo a venda e loteamento das instituições públicas ditas democráticas da Republica Federativa do Brasil.

A saúde indígena é tratada de forma amadora e sem escrúpulos por políticos ligados a grandes latifundiários em todo Brasil. E a situação nas aldeias indígenas de todo Brasil é caótica. Manobras deste tipo acontecem em diversas regiões.

Falta de transporte, remédios e médicos são freqüentes e o discurso da politicagem é o mesmo. Sempre em escritórios e pedestais, reinam absolutos na feliz tarefa de ludibriar a opinião publica. Enquanto isso, idosos, jovens e crianças morrem sem a assistência necessária em todas as aldeias do litoral, Vale do Ribeira, Centro Oeste e capital paulista, além de várias outras regiões do país.

Ainda no interior da Funasa percebi o quanto a politicagem é arrogante com os índios. Em ligação realizada para o Presidente da Funasa em Brasília, Danilo Forte, vi a barbárie: demonstrou não ter nenhum respeito com as lideranças locais, batendo o telefone na cara da liderança de São Paulo; e não atendeu nenhuma reivindicação indígena, fato que não é raro acontecer. Além da orientação passada para o seu afilhado político para deixar o prédio, solicitou junto à juíza federal a reintegração de posse do local - o que foi atendido prontamente, e já foi noticiado na imprensa que “os índios faziam reféns no interior do prédio”. O que não era verdade, já que eu estava lá e fazia parte do grupo, e em nenhum momento vi nenhum abuso por parte dos índios.

O Presidente da Funasa enviou de Brasília um assessor, Moisés[6], que naquele momento era apenas uma marionete de manobras. Subiam e desciam escadas e elevadores, ganhando tempo, até que a juíza concedesse a reintegração de posse. De forma amadora este assessor, o delegado da Polícia Federal Flávio Crivela, e um outro funcionário da Funai faziam passar o tempo até que finalmente chegasse o oficial de justiça. A todo o momento, desciam dizendo que o presidente iria recebê-los em Brasília, em data ainda a ser definida. Fato que não era visto como desfeita, já que a arrogância com que tratam os indígenas é costumeira em reuniões como estas, que dificilmente acontecem. Ainda disseram que a reunião seria num prazo de até quinze dias, e que disponibilizariam cinco passagens para lideranças, quando fosse possível.

Acostumados a promessas sem retorno (e sem ética), as lideranças não aceitaram. Até que finalmente o delegado passou a informação de que o oficial de justiça estava a caminho.

Neste momento o funcionário da Funai disse que documentaria a promessa do Presidente da Funasa, Danilo Forte, que ainda disponibilizaria 10 veículos para o transporte de doentes para hospitais das regiões próximas das aldeias em seis dias. Quando receberam do delegado da Polícia Federal e os avisos da reintegração de posse, reuniram-se sabiamente Xamãs, Pajés e Caciques das 37 aldeias. Em seguida, acolhendo a sabedoria de Pajés, decidiram deixar o prédio, temendo abusos da policia com as crianças e mulheres no interior do mesmo.

Entretanto, decidiram ficar em frente ao prédio, e continuar até que o secretário fosse exonerado do cargo. Ainda no interior do prédio o assessor do Presidente da Funasa, Moisés, leu um documento sem nenhum conteúdo, e que não mencionava nenhuma reivindicação indígena; sequer mencionava os veículos e muito menos quando viriam. Ameaçavam apenas dizendo para as lideranças não mencionarem para a imprensa nenhum nome de políticos do PMDB, “porque se dissessem, aí sim não conseguiriam nada”, ou seja, nenhuma proposta seria analisada.

Neste momento, por volta das 20:00 horas de 06/05/2009, a imprensa entrou no local, e lhe disseram os motivos e reivindicações “que este lote político” há anos causava aos grupos indígenas. Ainda vi alguns funcionários da Funasa se queixarem da fala da liderança indígena, que mencionava que a pasta era do PMDB, “os inimigos dos índios”. Em seguida, todos os indígenas desocuparam o prédio e sabiamente noticiaram para diversos meios de comunicações presentes no local as reivindicações das lideranças. Em seguida, Pajés iniciaram rituais e cerimoniais Guarani a fim de pedir proteção para Nhanderu (Deus), para as noites que viriam a ficar por ali.

Estive no local durante a noite, e sequer vi ou ouvi algo que desrespeitasse os funcionários da Funasa, e percebi a sabedoria indígena, que mesmo sendo humilhada por todos, principalmente o Presidente da Funasa e seu assessor Móisés, com falsas promessas, permaneciam de forma sábia, pacata e louvando aos Deuses da Mitologia Indígena.

Até o final deste comunicado, em 07/05/2009, às 16:00 horas, não houve novas informações quanto ao avanço nas negociações entre os indígenas e a Funasa.

CONCLUSÃO:
Já no dia 08/05/2009 por volta das 13:00, terminou o impasse entre lideranças e Funasa. A defensoria Publica do estado, após ter interferido na questão entrou em contato com o Presidente da Funasa em Brasilia, Danilo Forte que enviou uma carta de compromisso para as lideranças indígenas de São Paulo, marcando data e horário, 20/05/2009 para receber cinco lideranças Indígenas e cinco funcionários da Funasa em Brasília. Ainda houve o apoio de Simão Pedro Deputado Estadual em São Paulo pelo PT que manteve contato com o Presidente da Funasa , contribuindo nas negociações entre os índios e a Funasa. Estavam presentes nestas negociações 37 lideranças Indígenas do litoral, Vale do Ribeira, Centro Oeste Paulista e da capital de São Paulo, em um total de 63 indígenas que acompanhavam o grupo num total de 100 pessoas que se dispersaram para suas aldeias de origem aguardando a data para a reunião em Brasília.

[1] Fundação Nacional da Saúde, órgão responsável pelo saneamento e saúde indígena no Brasil, ligado ao Ministério da Saúde.
[2] Raze Rezek, Secretário da Funasa em São Paulo e afilhado político de Uebe e Michel Temer.
[3] Michel Temer, Presidente da Câmara dos Deputados - 2009/2010 Federal em Brasília e líder do PMDB.
[4] Cacique Ubiratan, formado em Pedagogia e Professor Indígena do litoral paulista.
[5] Danilo Forte, Presidente da Funasa com sede em Brasília.
[6] Moisés, assessor de Danilo Forte em Brasília.