segunda-feira, 24 de março de 2008

Quem Somos

Um grupo com cerca de 60 jovens estudantes indígenas das etnias Pankararu, Pankararé, Atikum, Guarani Nãndevá, Guarani Mbyá, Kaingang, Krenak, Fulni-ô, Potiguara, Terena, Pataxó e Xukuru, todos moradores da capital e Grande São Paulo.

Alguns já formados e outros matriculados nos mais diversos cursos como Letras (Português, Espanhol, Inglês), Pedagogia, Geografia, Serviço Social, Fonoaudiologia, Enfermagem, Turismo, Direito, Administração, Ciências Contábeis, Tecnologia em Mídias Digitais, Multimeios, Ciência da Computação, Matemática, Engenharia Elétrica, Medica, Ciências Sociais, História e Artes do Corpo.

Pankararu: O Povo Pankararu, originário da região de Brejo dos Padres, em Pernambuco, próximo ao Rio São Francisco, que migraram para São Paulo no final da década de 1950, fugindo da seca e de conflitos com posseiros invasores, em busca de melhores condições de sobrevivência. Atualmente em São Paulo estão em aproximadamente 1500 pessoas, vivendo em mais de trinta bairros da capital como Real Parque, Paraisopolis, Capão Redondo, Butantã, Valo Velho, Cidade Dutra, Grajaú, Parque Santa Madalena, Jardim Elba, São Miguel Paulista, Alem dos Municípios da Grande São Paulo, como Mauá, Guarulhos, Itaquaquecetuba, Taboão da Serra, Osasco e Francisco Morato.

Pankararé: O povo Pankararé é originário do Norte da Bahia, da região desértica do Raso da Catarina. Sua Vinda para São Paulo e municípios vizinhos, em busca de trabalho, iniciou-se na época da seca de 1955. Desde então, houve um constante fluxo migratório entre seu território de origem e a região metropolitana de São Paulo. Na capital paulista os Pankararé moram, sobretudo, em bairros da Zona leste (São Miguel e Itaim) e nos municípios de Osasco, Guarulhos e Suzano, perfazendo um total de 450 pessoas.

Atikum: O povo Atikum é originário da Serra do Umã, município de Carnaubeira da Penha, Sertão Pernambucano. Esta região é historicamente marcada por violência, seja pelas invasões de suas terras, seja pela rivalidade política entre famílias que disputam o poder no município. Algumas famílias Atikum migraram para São Paulo na década de 1980 e se estabeleceram na zona norte da capital, onde vivem cerca de cinqüenta pessoas.

Guarani Nhandeva: Originários do Paraná, de Bauru e litoral de São Paulo, algumas famílias dessa etnia vieram para São Paulo nos anos de 1970 e moram hoje na Zona Leste e em Guarulhos. Seus antepassados são descendentes de uma antiga migração Guarani que vieram do Paraguai no final do século XIX, tendo se instalado no litoral Sul de São Paulo sendo transferidos pelo Serviço de Proteção ao Índio –SPI para a região de Bauru. É de lá que vieram para São Paulo.

Guarani Mbyá: As comunidades Guarani que vivem em aldeia em São Paulo são da etnia Mbyá, um dos três subgrupos Guarani que existem no Brasil. Estão localizados no Pico do Jaraguá e na região de Parelheiros, na zona Sul de São Paulo. Na Zona Sul estão divididos em duas aldeias Tekoá Tenondé Porá, com 550 pessoas, e Krukutu, com 120 pessoas. E no Pico do Jaraguá estão divididos também em duas aldeias: a Tekoá Ytu onde vivem cerca de 70 pessoas em 1,7 hectare. E Tekoá Pyau onde vivem 250 pessoas em apenas 2.00 hectares.
Kaingang: Poucas famílias vivem na cidade de São Paulo, e são originários do oeste do estado, da Região de Bauru. São parentes de outros Kaingang que vivem no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Migraram para São Paulo no começo dos anos 80, morando hoje na zona leste de São Paulo. O Kaingang é o único povo nativo do estado, sobrevivente de um grande massacre, ocorrido na construção da estrada de ferro Noroeste do Brasil.

Krenak: São originários do vale do rio Doce e Mucuri, em Minas Gerais, tendo sido chamados de Botocudos. Alguns jovens vieram para São Paulo na década de 1970, tendo aqui se instalado. Outras famílias Krenak foram levadas no início dos anos de 1960 para o Oeste do estado, na região do Bauru, onde vivem até hoje.

Pataxó: São originários do extremo sul da Bahia, da região de Porto Seguro. Ali vivem de artesanato e do turismo. Devido à falta de terra, algumas famílias, na década de 1970, foram para Minas Gerais, sendo que de lá vieram para São Paulo. Hoje alguns vivem em Guarulhos.

Potiguara: Os Potiguara são originários da região da Baia da Traição, no litoral da Paraíba. Suas terras tradicionais estão identificadas e uma delas foi homologada, contudo continuam invadidas por posseiros e usineiros. Diante dos conflitos e da falta de terra, muitas famílias migraram para o sudeste. Em São Paulo, vivem nas regiões de São Miguel Paulista e Santo Amaro, além de Guarulhos, contando cerca de oitenta pessoas.

Terena: Os Terena que se encontram em São Paulo, na sua maioria são procedentes da região de Miranda, no Mato Grosso do Sul. A vinda deles se deu no final dos anos de 1970, instalando-se na capital e arredores. Por serem agricultores, vários deles se transferiram para Mogi das Cruzes, empregando-se em chácaras. Há também Terena que vieram de Bauru e que são descendentes de famílias que foram para lá final da década de 1920.

Fulni-ô: O povo Fulni-ô é originário do município de Águas Belas, em Pernambuco. Algumas famílias começaram a migrar para a região da grande São Paulo na década de 1960, em busca de emprego e melhores condições de vida. Estão presentes nos municípios de São Paulo, Guarulhos, São Caetano, São Bernardo, Carapicuíba e Santana de Parnaíba, perfazendo um total de cerca de cem pessoas.

Xukuru: Este povo é originário de Pernambuco, da região de Pesqueira. Devido a conflitos de terra e falta de trabalho, algumas famílias foram obrigadas sair de lá, vindo para São Paulo, vivendo hoje da zona sul da capital.

Um comentário:

[tabita] disse...

que bom! que ótimo!...

vamos juntos questionar e reconstruir a história, essa história que é dos vencedores. temos sido tantas vezes vencidos, seja enquanto povos considerados primitivos e inferiores, seja enquanto classes que tudo constroem para os "de cima"... mas a nossa consciência e organização é o caminho para tomar em nossas mãos as rédeas de nosso destino.

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denise abramo
ciências sociais - PUC-SP
grupo germinal